Paraopebense não é somente quem nasceu no município. Paraopebense também é o imigrante que fez da cidade a sua morada, integrando-se à comunidade, constituindo família e, no exercício de suas especialidades e técnicas profissionais, contribuiu para o progresso e desenvolvimento locais. Exemplos de paraopebenses forasteiros ilustres temos em quantidade, bastando citar apenas dois: Manoel Antônio da Silva e Padre Herculano que, oriundos de outras paragens, fixaram-se na cidade e foram baluartes indiscutíveis do início do seu desenvolvimento. Por outro lado, temos os paraopebenses que, obrigados pelas circunstâncias, deixaram a cidade e foram brilhar em outros lugares, deixando a sua marca de competência no rumo profissional que escolheram, nunca renegando suas origens, fazendo com que o seu torrão natal ficasse ainda mais conhecido e respeitado. Exemplos: Wander Manoel Moreira e Murilo Silva. Salpicando os gelados campos da Europa ficou o sangue de um paraopebense que, na guerra 39/45, mostrou a bravura e o patriotismo de um verdadeiro herói: Américo Fernandes.
Há os paraopebenses humildes e até mesmo anônimos que marcaram a lembrança dos contemporâneos, e cuja memória, despretensiosamente, desejamos resgatar nestas anotações. São pessoas que, pela dedicação, competência, virtudes, carisma e até mesmo exotismo com que pautaram suas vidas, deveriam ressurgir à memória dos mais novos como patrimônio inesquecível de uma época.
Na falta de alguém mais qualificado que catalogasse e publicasse a biografia ou mesmo o nome desses pioneiros de Paraopeba, em seus variados segmentos, nos propusemos a fazê-lo, relacionando até três em cada setor (exceção a magistério estadual e banda de música). Sugerimos que uma comissão composta de cinco membros (por exemplo: Otávio Silva, Neves de Jesus, José Gonçalves Vieira, Lourdes Mascarenhas Rocha e João Joaquim de Figueiredo), coordenada pela diretora deste jornal Carmem Lúcia Mascarenhas Rocha, escolhesse uma pessoa dentre as várias apontadas e que fosse entregue a ela ou seus familiares, um diploma de honra ao mérito, em solenidade patrocinada pela Prefeitura ou Câmara Municipal no Dia do Paraopebense Ausente (Festa do Rosário).
Relacionamos ainda pioneiros na criação de seis instituições marcantes da cidade que, pela relevância no progresso local, seriam distinguidas com o título ‘‘fora de série’’, não sendo, conseqüentemente, objeto de escolha da comissão.
Caso a Prefeitura ou a Câmara não tenha condição ou determinação política para tal, que o ‘‘Jornal de Paraopeba’’ na edição daquele mês, publicasse biografia resumida dos escolhidos, inclusive com fotos de alguns dos agraciados. Temos certeza que o competente Paulo Vicente faria uma excepcional compilação. Se nem os Poderes Públicos nem o jornal se interessarem pela sugestão, fica, de nossa parte, a homenagem de gratidão e respeito àqueles que legaram a Paraopeba o seu trabalho, seu desprendimento, seu conhecimento e seu sacrifício em benefício de uma comunidade emergente que hoje os desconhece e alguns até os menosprezam.
A relação, que se restringe até somente os anos 60 e cujos nomes são grafados como os conhecidos na época, poderia ser acrescida, a critério da comissão, de outros que o tempo se encarregou de apagar de nossa memória, seria a seguinte:
• FORA DE SÉRIE
Manoel Antônio da Silva - “Gazeta de Paraopeba”
Dr. Pedro Moreira Barbosa - PISA
Dr. José Teófilo Pereira Simões - Coop. Produtores Rurais
Maria de Jesus Almeida (Maricota) - Asilo “Padre Augusto Horta”
Maria Stella Moreira Rattes - Reconstrução da Capela do Rosário
Leonel Mota - Hospital “São Vicente de Paulo”
• DESTAQUE ESPECIAL
Expedicionários Lourival Alves, Américo Fernandes e Agenor do Ilídio.
• ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL
Executivo: Olímpio Moreira, Chico Maurício, Dr. Guilherme.
Legislativo: Alcides Cunha, Bernardino Valadares, Adelson Maciel.
Funcionalismo: Chiquinha Marinho, Zé Guizo, Deroci
Serviços Gerais: Zulmiro, Sinval, Zé Mutengo
• ADMINISTRAÇÃO FAZENDÁRIA
Federal: Anércio Polônio, Nenê
Estadual: Mário Mascarenhas, Vitinho, Lauro Silva
Cartorial: Paulo Cecílio, Inês Gomes dos Santos
• SEGURANÇA PÚBLICA
Cirilo Antônio Teixeira, Aristides Nascimento Joaquim Cabo
• MAGISTÉRIO
Estadual: Sabino de Paula Freitas, Anésia, Irene, Finoca, Doninha, Nhazinha, Raquel, Alvina, Quiquita, Esterzinha, Maria Raimunda, Terezinha Edmundo, Ciroca, Mindita, Margarida, América, Custódia, Miluca
Municipal: Rosa, Geraldina Moreira Barbosa, Maria do Carmo Dias
• ASSISTÊNCIA
Médica: Drs. Teófilo, Guilherme e Júlio
Paramédica: Ordália Simões, Zé de Nenê, Maria Zita do Carmo
Religiosa: Dom Cirilo, Padres Augusto e Herculano
Social: Antônio Marques, Luiz e Antônio Rocha
• MÚSICA
Banda: Portápio, Nenê, Licínio, Nemésio, Raimundo e Dozinho Marinho, Alfredo Preto, Dê, Vitinho, Deusdedit, José e Juvenal Barbeiro, Raimundo Lobo.
Seresta: Vicente Rocha, José Luiz, Luizinho Edmundo
Coral religioso: Doninha, Nhazinha, Anésia
• ESPORTES
Murilo Silva, Geraldo Quileu, Dilton Gomes
• JORNALISMO
Wander Moreira, Lauro Silva, Joaquim de Freitas
• LITERATURA
Jair Silva, Avelino Fóscolo, Mercês Moreira
• INDÚSTRIA
Tecidos: Olavo Teodoro, Dr. Guilherme Bebidas: Josias Mascarenhas, Toquinha, José Manuel Figueiredo
Panificação: Dª Corina, Castelo, Antônio Padeiro
Diversas: Pedro Alcântara, Sô Dico, Geraldo Lamindo
• COMÉRCIO
Variado: Zé do Dino, Belarmino Tolentino, João Pio
Cristal de rocha: Bernardão, Adralino, Waldemar Cirilo
Lazer: Nonô Horta, José Maia, Zezico da Filó
• AGRO-PECUÁRIA
Antonino Rocha, Jorge Caroço, Zé Baiano
• TRANSPORTE DE PASSAGEIROS
Coletivo: Setembrino, Dico Pio, Irmãos Tolentino
Aluguel: Antônio Leão, Maurílio Silva, Zé Camueca.
• ARTESANATO
Couro: Nemésio Rocha, Chiquinho Valu, Zé Mário
Confecções: José Tolentino, Gerson e Gumercindo Edmundo
Madeira: Zé Catarino, Antônio de Elvira, Sinval Preto
Construção civil: Raimundo Marinho, Raimundo Galo, Melquíades
Metais: Joaquim Santana, Waldemar Correia, Juvenal Folheiro
• COMUNICAÇÕES
Lia e Custódia Figueiredo, Tarcila Fernandes
• FOLCLORE
Congado: Zé Conrado, Sérgio Coco, Querubina
Tipos populares: João Garrote, Raimundo do Apito, Merência
